Representantes de Zonas de Processamento de Exportação visitam complexo do Pecém
São Gonçalo do Amarante (CE) – Os participantes da 5ª Reunião das Administradoras de Zonas de Processamento de Exportação (ZPE) conheceram nesta sexta-feira a ZPE e o Complexo Industrial e Portuário de Pecém, localizados no município de São Gonçalo do Amarante, a 60 km de Fortaleza.
A Zona, primeira a entrar em pleno funcionamento no Brasil, conta com quatro plantas industriais, sendo a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) seu projeto âncora. Com investimentos iniciais de cerca de R$ 5 bilhões, há um potencial de produção de 3 milhões de toneladas de placa de aço por ano.
Com menos de um ano de operação, a ZPE já foi citada na publicação FDI Intelligence, do jornal britânico Financial Times, como um projeto altamente recomendável a investidores estrangeiros. A Zona obteve a melhor avaliação na categoria Grandes Arrendatários na América Latina e Caribe (Winner – Large Tenants – Latin America and Caribbean: Ceará Free Trade Zone, Brazil). Também recebeu menções honrosas em três categorias: apoio à educação e capacitação (Commended for supporting education and training), infraestrutura (Commended for infrastructure upgrades) e possibilidade de expansão (Commended for expansions).
Na abertura do encontro na manhã da última sexta-feira, a secretaria-executiva do Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE), Thaise Dutra, explicou o sucesso do funcionamento da ZPE do Ceará. “Há um processo intenso de trabalho e articulação de políticas públicas, e também uma convergência de ações com a iniciativa privada. Tem muita gente envolvida com uma finalidade única: trazer desenvolvimento e estabelecer nessas localidades um diferencial competitivo para os investidores”, disse.
Dutra também explicou os benefícios sociais e econômicos observados a partir do funcionamento da ZPE na região. A Zona instalada em Pecém atraiu, nos últimos anos investimentos superiores a R$ 6 bilhões ao estado do Ceará. Nas quatro indústrias instaladas no distrito alfandegado, foram gerados mais de dezesseis mil empregos diretos e indiretos.
Ainda de acordo com dados do CZPE, a ZPE do Pecém beneficiará a economia de todo o estado. Em plena operação, a usina siderúrgica pode gerar um impacto positivo de até 12% no PIB do Ceará e de 48% no PIB Industrial.
E, nos próximos anos, esse percentual poderá ser ainda maior. Conforme explicou o presidente da ZPE do Ceará, Mário Lima, a área ocupada pela Zona de Processamento – atualmente com dois mil hectares, será expandida. “Estamos em busca de refinarias e empresas de diversos setores industriais para ocuparem dois novos setores que devemos abrigar em breve. Estamos próximos ao Porto de Pecém, o que garante o escoamento da produção”, destacou.
Para o presidente da CSP, Eduardo Parente, os benefícios tributários, cambiais e administrativos oferecidos na Zona de Processamento, aliados à estrutura do portuária do Pecém, são fundamentais para o bom funcionamento da ZPE. “A Zona está trazendo competitividade para o Brasil. Estamos trazendo emprego e renda para nossa região devido ao pacote de incentivos da Zona de Processamento de Exportação”, avaliou.
Porto do Pecém
Durante o encontro, os participantes fizeram uma visita guiada ao Complexo Industrial e Portuário do Pecém, que ocupa uma retroárea de 13 mil hectares.
De acordo com dados apresentados pela diretora de Desenvolvimento Comercial da Cearáportos, Rebeca Oliveira, em 2015, as cargas movimentadas no Porto do Pecém somaram 7 milhões de toneladas, em mais de 180 mil unidades de contêineres. No ano seguinte, foram transportadas 11 milhões de toneladas de mercadorias.
Oliveira destacou como diferenciais competitivos do Porto, entre outros aspectos, sua proximidade com o canal de Panamá e a presença da Zona de Processamento de Exportação em suas imediações.
Reunião das Administradoras de ZPE
Nesta sexta, também fizeram apresentações na ZPE de Pecém, o Gerente geral de Relações Institucionais e Comunicação da CSP, Ricardo Parente, e Marcel Ribeiro do Instituto Federal de Educacao, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE).
Parente descreveu aos participantes da reunião o conjunto de ações desenvolvidas pela Associação das Empresas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém. Ribeiro, por sua vez, explicou a atuação do IFCE no campus de Pecém. No segundo semestre de 2016, foram oferecidas 140 vagas em cinco cursos de formação para os alunos da região.
Na quinta (30), representantes de dez ZPEs do Brasil, além de autoridades do governo federal e local, se reuniram na Fiec para debater temas relacionados ao regime brasileiro das Zonas de Processamento de Exportação. O evento teve a participação da diretora executiva da Asociacion de Zonas Francas de Las Americas (AZFA), Maria Camila Moreno Henao.
(*) Com informações do MDIC