Hamburg Süd deve vender oito navios para possibilitar negócio com a Maersk | Portal Marítimo
A Hamburg Süd deve vender oito navios para que seja cumprido o compromisso assumido com a Comissão Europeia anti Truste em sair de cinco rotas de comércio marítimo, possibilitando, desta forma, a concretização do negócio do Grupo Oetker com a Maersk.
Estamos falando de 11% de sua capacidade total, ou então, traduzindo em números exatos, 64.943 TEUs e com o detalhe de seis desses navios serem de tamanho considerável, entre 8.000 e 10.000 TEUs.
Os navios do armador alemão devem ser substituídos por navios da Hapag-Lloyd e CMA CGM, empresas parceiras da Hamburg Süd nessas cinco rotas.
Já do lado da Maersk, conforme já noticiado em nossas páginas, a Mercosul Line foi colocada à venda para que não fosse criada uma situação de truste na Cabotagem no Brasil. Caso isso não fosse feito, o cenário atual deixaria a Log-In como única concorrente local.
A concentração de contêineres refrigerados criada com o negócio vai deixar 40% desse mercado nas mãos da Maersk, cobrindo boa parte da costa leste sul-americana e este mercado tem sido um verdadeiro campo de batalha entre as maiores empresas do mundo nos últimos anos, já que a demanda global por alimentos tem crescido, o que aqueceu ainda mais o mercado de cargas refrigeradas.
Em se tratando de Brasil, a Maersk, com suas parcerias e empresas do grupo, vai dominar dois terços do mercado que possui dois grandes exportadores, a JBS e a BRF que, sozinhas, são responsáveis por mais da metade das exportações de cargas refrigeradas no país.
A falta de incentivos à abertura de empresas brasileiras para que armadores locais entrem nesse mercado, aumentando as opções dos clientes, tende a ser um fator que só vai fortalecer ainda mais a presença da Maersk no Brasil.
O jogo a ser jogado aqui é bastante duro e, como já diziam nosso saudoso Tom Jobim, “O Brasil não é para iniciantes”.
Play the game!
Por Rodrigo Cintra