Conferência internacional discute prevenção a desastres climáticos em Porto Alegre | Portal do Estado do Rio Grande do Sul
por Gov. do Rio Grande do Sul / Mirella Poyastro/Secom
– Implantar uma rede integrada de monitoramento hidrometeorológico entre Brasil, Argentina e Uruguai para prevenir desastres provocados pelas mudanças climáticas. Este é um dos temas em debate na Conferência Internacional Recursos Hídricos e RegionsAdapt, ação global que discute perspectivas dos impactos do clima, que começou nesta terça-feira (27), no Everest Porto Alegre Hotel, em Porto Alegre.
O governador José Ivo Sartori afirmou que é preciso ter um olhar global sobre problemas e soluções para cada região. “O momento é propício para avaliar e planejar nossas ações diante dos desafios impostos pela gestão dos recursos hídricos e pelos impactos das mudanças climáticas. Esta conferência é mais uma prova do envolvimento do governo do Rio Grande do Sul, do empenho e do trabalho da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e da nossa vontade de promover mudanças significativas e permanentes”, destacou Sartori.
O evento
A conferência é promovida pela Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema), em parceria com da Rede de Governos Regionais pelo Desenvolvimento Sustentável (RegionsAdapt NRG4SD) e com o apoio do Ministério da Integração Nacional e do 8th World Water Forum.
A RegionsAdapt foi lançada em 2015 durante a 21ª Conferência das Partes (Cop-21) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), em Paris, e que conta, hoje, com 29 governos parceiros ativos, entre eles, o Rio Grande do Sul. “O estado é o líder dos líderes do grupo de governos subnacionais, com participação fundamental na regionalização do planejamento e ações para prevenir e reduzir os efeitos das mudanças climáticas”, afirmou o gestor da RegionsAdapt, Joan França.
Desde a Cop-21, a Sema vem apresentando soluções que preparam o estado para a gestão das águas no futuro, visto que previsões apontam para épocas de oscilações violentas entre extremos de secas e de enxurradas. “Aos governos subnacionais, cabe a inserção das mudanças climáticas no desenvolvimento de suas políticas, na análise de seus investimentos em infraestrutura e na busca por parcerias pra mitigar e prevenir os efeitos sobre a população, o meio ambiente e a economia”, afirmou a secretária do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Ana Pellini.
A secretária frisou, ainda, que cabe aos governos subnacionais ampliar seus esforços e apoiar ações para desenvolver resiliência e reduzir a vulnerabilidade aos efeitos adversos das mudanças climáticas. “Além disso, há o reconhecimento que ações, reações e impactos das mudanças climáticas têm o acesso equitativo ao desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza”, destacou Pellini.
Ações de governo
Pellini enfatizou as ações desenvolvidas pela Sema na busca do desenvolvimento sustentável, com destaque para:
– As mudanças climáticas foram inseridas Zoneamento Ecológico-Econômico (Zee), que é o projeto mais importante em desenvolvimento pela Sema. No capítulo sobre o clima, foram analisados os dados registrados no passado, bem como incorporada a previsão do clima até 2040 do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe);
– O Sistema de Outorga de Água permite a alteração das informações sobre disponibilidade hídrica e a reavaliação do risco no caso de observação de mudanças e situações críticas pela rede operada pela Sala de Situação;
– A ampliação da rede de observação da Sala de Situação foi concebida para atuação em parceria com as redes argentina, uruguaia e catarinense, permitindo uma compreensão mais ampla dos processos climáticos, seu alcance e seu efeito sobre os recursos hídricos, sobre a população e as atividades econômicas.
A nova rede contará com mais estações automáticas de medição de chuva, dos níveis dos rios e das variáveis meteorológicas, com transmissão automática que permite a medição de diversas variáveis em tempo real. Além disso, a ampliação da rede de observação terá radares meteorológicos e imagens de satélite obtidas em tempo real, o que permitirá o monitoramento do clima em condições muito melhores do que as atuais.
Texto: Mirella Poyastro/Secom
Edição: Sílvia Lago/Secom